segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O crescimento em Nazaré - Max Lucado



A CIDADE DE NAZARÉ fica num cume. Certamente nenhum menino nazareno resistiria a um passeio até a borda para olhar para o vale logo abaixo. Sentado duzentos metros acima do nível do mar, o jovem Jesus podia examinar o mundo que criara. Flores silvestres na primavera. Poentes maravilhosos. Pelicanos voando acima do ribeiro de Quisom e seguindo até o mar da Galileia. Grama salpicada de tomilho aos seus pés. Campos e figueiras à distância. Será que esses momentos não inspiraram palavras posteriores? “Vejam como crescem os lírios do campo” (Mateus 6.28) ou “Observem as aves do céu” (Mateus 6.26). As palavras do Jesus Mestre nasceram nos pensamentos do Jesus menino.

Ao norte de Nazaré ficam as colinas de Naftali, coroadas de vegetação. Ao lado de uma delas situava-se a vila de Safed, conhecida na região como “a cidade colocada sobre a colina”. Será que Jesus estava pensando em Safed quando disse “Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte?” (Mateus 5.14). O fabricante de jugos mais tarde explicou: “O meu jugo é suave” (Mateus 11.30). Aquele que certamente tirou serragem dos olhos diria “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?” (Mateus 7.30).

“Jesus entrou para a vida pública com cerca de trinta anos de idade” (Lucas 3.23). Para entrar na vida pública, você precisa deixar a vida privada. Para mudar o mundo, Jesus precisou dizer adeus ao seu mundo. Precisou dar um beijo em Maria. Fazer uma última refeição na cozinha, dar uma última caminhada pelas ruas. Será que Ele subiu uma das colinas de Nazaré pensando no dia em que subiria a colina próxima de Jerusalém?

Ele sabia o que iria acontecer. “Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo” (I Pedro 1.20, NTLH). Cada grama de sofrimento fora registrado -  a Ele cabia apenas fazer Sua parte. Não que fosse obrigado. Nazaré era uma cidade aconchegante. Por que não montar uma carpintaria? Manter sua identidade em segredo? Voltar à era das guilhotinas ou da cadeira elétrica e passar a cruz adiante. Ser forçado a morrer é uma coisa, mas dispor-se a tomar a própria cruz é algo bem diferente...

O dia em que deixou Nazaré é o dia em que Ele declarou sua devoção por mim e por você.
 
 Lucado, Max
Seu Nome é Jesus/ Max Lucado; (traduzido por Emirson Justino) São Paulo: Mundo Cristão, 2010

A CERIMÔNIA DO BAR-MITZVAH - Ariovaldo Nuvolari ( Aluno da FATESA - Casa do Saber)



Ao completar 13 anos, o jovem judeu atinge a maioridade religiosa. Para marcar esta passagem, é celebrado o Bar-Mitzvah, uma cerimônia que ressalta a importância de cada um dos judeus na corrente ancestral do judaísmo. É nessa data que o jovem, pela primeira vez, coloca os Tefilin e é chamado para ler na Torá.
O judaísmo considera o jovem de 13 anos maduro o suficiente para ser responsável por seus atos. Na Torá, Livro de Gênesis, há um verso que indica que é a partir desta idade que um menino se torna homem. Referindo-se a dois filhos do patriarca Jacó, Shimon e Levi, narra o texto da Torá: "Cada um dos homens pegou sua espada...". Na época em que ocorreu esse episódio, Levi tinha 13 anos de idade. Ele foi a pessoa mais jovem a quem a Torá se referiu como "homem", revelando assim que aos treze anos é a idade em que um judeu assume a maioridade religiosa. De acordo com o Talmud, um menino torna-se adulto com 13 anos e 1 dia, independentemente do fato de ter ou não atingido a puberdade. Como as meninas amadurecem mais cedo, o Bat-Mitzvah, celebração de sua maioridade religiosa, é comemorado aos 12 anos.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Ele era Tangível, Acessível, Alcançável – Max Lucado



Nos quatro evangelhos do Novo Testamento, é seu nome mais comum – usado quase seiscentas vezes. E como seu nome era comum! Jesus é a forma grega de Josué ou Jeshua – nomes muito familiares do Antigo Testamento. Quando Deus escolheu o nome teria, escolheu um nome tão comum que apareceria duas ou três vezes em qualquer lista de presença.

Aqueles que caminharam com Ele lembram-se não de um título ou de uma designação, mas de um nome: Jesus.

Quando Deus decidiu revelar-se, Ele o fez (surpresa das surpresas) por meio de um corpo humano. A língua que chamou o morto para fora era uma língua humana.  A mão que tocou o leproso tinha sujeira embaixo das unhas. Os pés sobre os quais a mulher chorou tinham calos e estavam sujos. E suas lágrimas - ah, não se esqueça de suas lágrimas – vieram de um coração tão partido quanto o seu ou o meu às vezes fica.

Por conta disso, pessoas foram a Ele. Puxa, e como foram a Ele. Foram à noite; tocaram-no enquanto caminhava pela rua; seguiram-no no mar, dando volta pela costa; convidaram-no a ir aos seus lares e colocaram seus filhos aos pés dEle. Por quê? Porque Ele se recusou a ser uma estátua numa catedral ou um sacerdote num púlpito elevado. Em vez disso tudo, Ele escolheu ser Jesus. 



Lucado, Max
Seu Nome é Jesus/ Max Lucado; (traduzido por Emirson Justino) 
São Paulo: Mundo Cristão, 2010

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Mensagem a todos que se preocupam com sua Vida Espiritual - (Ariovaldo Nuvolari -- Aluno da FATESA Casa do Saber)



De vez em quando surge uma notícia na mídia; alguém afirmando que o mundo vai acabar em determinada data. Os menos avisados ficam temerosos e preocupados. Outros, ou por serem incrédulos ou por já terem visto isto antes, fazem piadas a respeito. Eu sou uma pessoa que aceitei a Cristo aos 55 anos de idade e que, ao assistir um filme sobre o chamado arrebatamento, resolvi pesquisar o que se dizia a respeito desse tema na Bíblia Sagrada. Se você também tem curiosidade de saber mais sobre este assunto, continue lendo este texto, e que Deus lhe abençoe e lhe abra o entendimento. Vejamos o que a Bíblia Sagrada nos diz:

"Eu" sou a ferramenta de Deus - Cidinha Britto


“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5.17). Quem trabalha, normalmente usa ferramentas. O ser humano usa ferramentas por causa de suas limitações, para a execução de tarefas que jamais poderia executar usando apenas suas mãos. Imagine como seria pregar um prego sem martelo, por exemplo. Cada trabalho exige um tipo específico de ferramenta, embora algumas delas sejam compartilhadas em mais de uma atividade. O uso da ferramenta errada pode estragar tudo, mas a escolha certa tornará o trabalho mais fácil e o resultado satisfatório. É importante lembrar que por melhor que seja a ferramenta, ela não poderá fazer nada sozinha, sempre precisará de alguém que a use, pois para isso foi inventada.

Deus usa o homem como ferramenta de trabalho, não porque precise dele, Deus não precisa de nada, nem de ninguém porque diferentemente de nós, Ele não tem nenhum tipo de limitação. Ele pode fazer o que quiser pelo poder da Sua palavra: “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Salmos 33:9). Apesar disso, escolheu incluir o homem em seus projetos. Mas afinal de contas, se Deus não precisa de nossa ajuda, porque insiste em nos usar como ferramenta? A resposta é: Por amor! Somente por amor, a nós, e àqueles a quem pretende, por meio de nós, abençoar. Deus quer a minha e a sua companhia, por isso decidiu trabalhar através de nós, como se a nossa cooperação fosse imprescindível. É como o pai que convida o filho pequeno para ajudá-lo no conserto do carro, a mãe que recebe a ajuda da filhinha enquanto prepara um bolo. Assim como uma criança, nos maravilhamos após um trabalho bem feito e às vezes até nos esquecemos de que é Deus nos usando - como ferramentas, instrumentos para o bem.

A pergunta é: Como Deus trabalhava antes de criar o homem?
 Deus trabalhou na criação de todas as coisas, inclusive do próprio homem, sem a necessidade de nenhum tipo de ferramenta. No entanto, o trabalho foi realizado com perfeição: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom...” (Gênesis 1.31). Mas porque decidiu abençoar através de nós, vemos que a partir da criação, muitos homens, mulheres, jovens e idosos, foram usados como "ferramentas de Deus". Eles atuaram como profetas, juízes, reis, músicos, evangelistas, pastores, etc.

Foi assim com Noé - “Então, disse Deus a Noé: O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra. Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume” (Gênesis 6.13,14).
 Foi assim com Abraão – “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção” (Gênesis 12.1,2). Foi assim com Moisés – “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Êxodo 3.10)Foi assim com Samuel – “E Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida” (I Samuel 7.15).

Foi assim com Davi –“Agora, pois, assim dirás a meu servo, a Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu te tirei do curral, de detrás das ovelhas, para que fosses chefe do meu povo de Israel” (I Crônicas 17:7). Foi assim com Jeremias - “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta.” (Jeremias 1.5). Foi assim com os discípulos – “E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mateus 4.18,19).

Hoje, “eu” sou a ferramenta de Deus. Não digo ‘“nós”, mas -“eu” sou a ferramenta de Deus. O “nós” fala de união, de força, de cumplicidade, porém é justamente nesse “nós” que me escondo, pois se eu não fizer nada, sempre terá outro para fazer.
 Mesmo sabendo que não sou a única ferramenta de Deus preciso trazer essa responsabilidade para mim. Eu posso fazer muito pelas pessoas, independente da minha área de atuação na sociedade, seja na política, saúde, educação, etc. Esse é o motivo pelo qual Deus me convida a servi-lo, pois Seu amor que já está derramado no meu coração (Romanos 5.5) será demonstrado através das minhas ações. 

Finalmente, depois de assumir a minha responsabilidade, então eu posso me juntar a outros muitos, que como eu sabem que têm um chamado, um chamado para servir. Como comunidade, servindo como ferramentas de Deus NÓS vamos fazer a diferença na NOSSA sociedade por meio dos pequenos e grandes gestos. E depois do trabalho pronto o mérito, a honra, a glória não será das "ferramenta" (nós), mas daquele que as utiliza (Deus).

Jesus disse “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5.17) e enquanto Deus trabalha, eu tenho a honra de servi-lo como FERRAMENTA.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Local Humilde do Nascimento - Max Lucado


A IMAGINAÇÃO de qualquer pessoa fica inquieta ao pensar na conversa que o dono da hospedaria teve com sua família à mesa do café. Alguém mencionou a chegada do jovem casal na noite anterior? Ou comentou a gravidez da moça que veio montada em um jumento? Talvez. É bem possível que alguém tenha tocado no assunto. Contudo, na melhor das hipóteses, se alguém levantou a questão, ela não foi discutida. Não havia nada de extraordinário neles. Foram apenas mais uma das muitas famílias rejeitadas naquela noite.

Além do mais, quem tinha tempo para conversar sobre eles com tanta agitação ao redor? Augusto fez um enorme favor à economia de Belém quando decretou a realização de um censo. Quem poderia se lembrar de um momento de tanto alvoroço no vilarejo? Não, é muito difícil que alguém tenha mencionado a chegada do casal e se preocupado com a condição da moça. Estavam ocupados demais. O dia seria cheio. Tinham de preparar o pão do dia. As tarefas da manhã precisavam ser realizadas. Havia coisas demais em que pensar para imaginar que o impossível havia acontecido.
Deus viera ao mundo por meio de um bebê...
Não poderia haver lugar mais humilde para um nascimento. 

Do lado de fora havia um grupo de pastores. Estavam sentados no chão em silêncio. Talvez perplexos, talvez com medo, mas certamente maravilhados. Sua vigília noturna fora interrompida por uma explosão de luz vinda do céu e uma sinfonia de anjos. Deus vai até aqueles que têm de ouvi-lo – assim, naquela noite sem nuvens, ele foi até simples pastores de ovelhas. 
Ao lado da jovem mãe está o pai cansado. Se há alguém sonolento ali, é ele. Não se lembra da última vez em que se sentou. Agora que aquela agitação havia diminuído, agora que Maria e o bebê estavam confortáveis, ele se encosta à parede do estábulo e sente os olhos pesarem. Ele ainda não havia entendido tudo. O mistério do evento o confunde. Entretanto, não possuía forças para pensar naqueles questionamentos. O importante é que o bebê está bem e que Maria está segura. Com a chegada do sono, lembra-se do nome que o anjo pediu que ele colocasse no menino... Jesus. “O nome dele será Jesus.” 
Maria, porém, está bastante desperta. Puxa como ela é jovem! Sua cabeça repousa sobre o couro macio da sela de José. A dor foi suplantada pela admiração. Ela olha para a face do bebê. Seu filho. Seu senhor. Sua majestade. Nesse ponto da história, o ser humano que melhor compreende quem é Deus e o que está fazendo é a adolescente deitada naquele estábulo malcheiroso. Ela não consegue tirar os olhos dele. De alguma forma sabe que está segurando o próprio Deus."
               
Lucado, Max
Seu Nome é Jesus/ Max Lucado; (traduzido por Emirson Justino) 
São Paulo: Mundo Cristão, 2010

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Jesus, em Busca de “Ninguém” - Cidinha Britto

“E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos. E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia. E ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” 

Muitas vezes enfrentamos tempestades em nossas vidas, mesmo estando Jesus, em nosso “barco”, como no texto acima. A diferença é que quando Ele está conosco, as tempestades  se submetem a Sua voz. As “tempestades” nada mais são, do que dificuldades que nos fazem sofrer e nos causam medo e insegurança. Elas surgem a partir de fatores externos e não é de interesse de ninguém passar por uma “tempestade”. Não nos expomos a elas conscientemente, apesar de às vezes nos envolvermos em situações que podem causar grandes “tempestades”. Uma escolha impensada, uma decisão precipitada, enfim são muitas as razões que contribuem para que enfrentemos “tempestades” em nossas vidas.