quinta-feira, 8 de março de 2012

Meu Testemunho - Ariovaldo Nuvolari (Aluno da FATESA - Casa do Saber)

Nasci aos 3 de dezembro de 1949 na cidade paulista de Jaú. Tenho, portanto, hoje (março de 2012), 62 anos de idade. Fui o terceiro filho de uma família de 4 irmãos. Naquela cidade do interior, meu pai era dono de uma venda (pode-se dizer que hoje seria o equivalente a um mercadinho), que vendia um pouco de tudo. Aparentemente tudo ia bem quando ele resolveu comprar um hotel numa cidade vizinha. Descobriu, em seguida, que tinha sido enganado, pois esse hotel estava para ser fechado pela vigilância sanitária. Com esse seu passo em falso, perdeu tudo que tinha e veio tentar a vida em São Paulo. Isso aconteceu em maio de 1956, quando eu tinha 6 anos de idade. Fomos morar no município de Barueri, num lugar que não tinha luz elétrica, nem água encanada (a água era tirada de um poço). Sem profissão definida, meu pai só conseguiu arranjar emprego como trabalhador braçal (descarregava sacos de milho na Refinadora de Milhos Brasil). Depois de certo tempo arranjou um emprego de varredor na Fiação Sul Americana, que ficava mais próximo da nossa casa.



Seu salário era insuficiente; mal dava para pagar o aluguel e algumas despesas. As coisas começaram a piorar ainda mais quando, por volta do ano de 1959, quando ele tinha 43 anos de idade, foi acometido de um AVC, que o deixou paralisado na cama por cerca de 1 ano. Perdeu uma das vistas e nunca mais pode trabalhar com carteira assinada. Depois disso, passou a trabalhar por conta própria. No período em que meu pai esteve doente, a minha mãe começou a trabalhar como doméstica em casas de família, para ajudar nas despesas. Quando melhorou de saúde, meu pai comprou uma carrocinha baú, um animal e começou uma freguesia de pão. Ele comprava o pão em uma padaria e vendia para sua freguesia. O bairro em que morávamos era cheio de morros e, onde a carroça não podia subir, lá ia eu distribuir pães com um saco nas costas. Isso começou por volta do ano de 1960, quando eu estava com 10 anos de idade e durou até os meus 18 anos, quando ele resolveu parar com essa freguesia e passou a vender bilhetes de loteria. Foram tempos bastante difíceis, mas graças ao bom Deus, nunca chegamos a passar fome. Minha irmã casou-se em 1958 e meus outros dois irmãos começaram a trabalhar, assim que completaram 14 anos de idade.

Éramos católicos, mas minha mãe, na busca de uma melhoria de vida, erroneamente chegou a frequentar centros espíritas de umbanda; é claro que hoje sabemos ser um lugar errado para buscar esse tipo de ajuda. Meu pai faleceu em 1988, sem aceitar Jesus. Minha mãe também já faleceu (em 1995), mas graças ao bom Deus, já tinha aceitado Jesus.

Meus dois irmãos também começaram a se dedicar a pequenos comércios. O mais velho, mudou-se para a cidade de Ubatuba e veio a falecer quando tinha 53 anos de idade, acometido de um infarto fulminante. Ele morreu sem conversão. O mais novo também frequentou centros de umbanda, mas foi o primeiro a aceitar Jesus.

Eu olho para trás e, mesmo tendo me convertido bem depois, vejo a mão de Deus em tudo que aconteceu na minha vida. Eu nunca planejei nada, as coisas iam simplesmente acontecendo (para mim aquela palavra de que as bênçãos te seguirão é verdadeira). 
Ao terminar o curso primário, parei de estudar; onde morávamos era muito difícil dar continuidade aos estudos. Um dia, quando eu já tinha 14 anos de idade, fui estimulado por um amigo a voltar a estudar. Prestei uma espécie de vestibulinho e passei a estudar numa escola técnica em nível ginasial, na antiga Estrada de Ferro Sorocabana. A partir do 2º ano do colégio técnico em agrimensura, passei a trabalhar de dia e estudar à noite. Ao final do ano de 1972, aos 22 anos saí do meu emprego de auxiliar de escritório para trabalhar como desenhista numa grande empresa de projetos. Foi o meu primeiro emprego na área técnica e eu costumo dizer que esse emprego foi me buscar em casa. Nessa época, eu ainda era solteiro e, num domingo, estava fazendo um pequeno projeto de escola e um primo, que eu nem conhecia direito, veio visitar minha mãe. Ele, quando me viu fazendo o tal projeto acabou me convidando para trabalhar na empresa na qual ele trabalhava. Em 1973 fui pra faculdade de tecnologia e em 1976 terminei os estudos. Casei-me em 1977 com a Leonice (completamos no mês de fevereiro 35 anos de casados). Fomos morar no bairro da Lapa, em São Paulo. Tivemos dois filhos: João Daniel e Juliana. Em 1983, a área de projetos na qual trabalhava estava em crise e eu fiquei 7 meses desempregado. Arranjei emprego no SEMASA de Santo André e acabamos vindo morar na cidade. Comecei então a frequentar um centro espírita Kardecista, período no qual passei por momentos de grande depressão. Depois do SEMASA, onde o salário era pouco, Deus me abriu uma porta de emprego maravilhosa, na PETROBRÁS. Porém, depois de 5 anos lá, saí da PETROBRÁS e passei a me dedicar totalmente ao ensino tecnológico na FATEC de São Paulo. Voltei então a estudar (fiz mestrado e doutorado na UNICAMP, na minha área de atuação), e nesse período passei a não ter tempo de frequentar mais nenhuma igreja ou ter qualquer religião. Nesse período fiz muitas coisas erradas, que desagradam ao Senhor e isso quase destruiu meu casamento.

Minha conversão se deu em 2005. Minha esposa e meu filho já eram convertidos e eu não queria saber de igreja ou de crentes. Eles ouviam louvores no rádio de casa e quando eu chegava do trabalho, aquilo me incomodava e eu invariavelmente desligava o rádio. Aos domingos, eu ia levar minha esposa de carro à igreja que ela frequentava, mas nunca ficava para assistir o culto; sempre retornava para casa e depois voltava para buscá-la. Um dia, quando ela foi se batizar, tive que levá-la de carro, pois o batismo aconteceu na represa Billings. Acabei assistindo a toda a cerimônia e um dos pregadores falou algo que ficou na minha mente (foi a semente plantada pelo Espírito Santo na minha vida). Ele disse que, ao contrário do que muitos dizem, nem todos são filhos de Deus, ou seja,  quem ainda não tinha aceitado Jesus e se batizado não era filho de Deus, e sim uma criatura de Deus, como se fosse um cachorrinho.

No domingo seguinte fui levar minha esposa ao culto e acabei entrando na igreja. Eu que não gostava de louvores, ao ouvir o hino “Águas purificadoras” (do grupo Diante do Trono), cantado pelo grupo de louvor local, me derramei em lágrimas e aceitei Jesus. A partir daí, eu, que não gostava de louvores acabei sendo agraciado por Deus, com um louvor atrás do outro. Hoje, o Senhor já me deu mais de 120 letras. Deus nunca me deu uma direção sobre o que fazer com esses louvores. A única coisa que tenho feito é gravá-los. Quando comecei a fazer os louvores, eu apenas tocava um pouco de violão. Hoje, a partir das letras que Deus tem me dado, eu mesmo tenho colocado a música, feito os arranjos, etc., sem nunca ter sido músico. A maneira como faço isto não é nada profissional, mas é um claro exemplo de que Deus não escolhe os capacitados, mas sim capacita os escolhidos.

No ano de 2007, minha esposa manifestou interesse de ir morar perto dos irmãos dela numa cidade do interior paulista, chamada Cerquilho. Eu tinha intenção de me aposentar (o que ainda não o fiz) e acabamos nos mudando para lá em janeiro de 2008. Lá começamos a frequentar a Igreja Presbiteriana, onde logo o pastor me colocou para dar aulas aos jovens, na escola dominical. Passei a dirigir um grupo de louvor de adultos e fiz muito evangelismo. Consegui entregar uma mensagem que Deus havia me dado, em todas as caixas de correio da cidade, num total aproximado de 12.500 folhetos. Assim, conheci todos os recantos daquela cidade fazendo esse trabalho.

Aparentemente, estava indo tudo muito bem; estávamos na igreja, não estávamos fazendo nada de errado, para mim só estava ficando um pouco cansativo o fato de ter que vir trabalhar em São Paulo. Porém, no dia 15 de janeiro de 2010, uma sexta feira, por volta das 21:00 horas, estávamos em casa; eu, minha esposa, meu cunhado e a esposa dele, e meu neto, que na época tinha apenas 5 anos de idade.  De repente, dois indivíduos armados e encapuzados entraram pela janela, dizendo pra que tudo mundo ficasse quieto. Durante a ação deles, que durou mais ou menos 1 hora, nós os adultos não podíamos abrir a boca porque eles nos mandavam ficar calados. Mas, o Senhor Deus usou o meu neto para dizer: _ Ei vocês ai, com essas armas, vocês não vão fazer nada com a gente, vão? Vocês não vão matar ninguém, aqui, vão? Os assaltantes aparentemente ficaram envergonhados do que estavam fazendo e até guardaram as armas na cintura, dizendo para o meu neto que tudo não passava de uma brincadeira (de mau gosto, naturalmente). Graças ao bom Deus, não fizeram nada de mal conosco. Antes de sair eles nos trancaram no banheiro. Saíram levando o único carro da família e tudo que puderam colocar dentro dele.

Ficamos muito chateados com o ocorrido, pois achávamos que aquela era uma cidade pacata, sem violência. A partir desse lamentável episódio, comecei a orar a Deus perguntando-lhe: para que tinha acontecido aquilo tudo conosco. Eu sempre acreditei na palavra que diz: todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.  O senhor Deus foi então me mostrando, através da sua palavra, que o nosso tempo naquela cidade havia terminado, que estava nos planos dele o nosso retorno a Santo André, onde ainda haviam ficado morando os meus filhos. Eu acredito que se não tivesse acontecido aquilo, não teríamos nunca cogitado de voltar para cá.
Retornamos em fevereiro de 2011 e começamos a frequentar a sede da Igreja Assembleia de Deus, ministério de Madureira, em São Caetano do Sul. Deus começou a nos mostrar também que não era lá que devíamos congregar.  Após um pequeno período de jejum e oração, Deus mostrou claramente à minha esposa onde devíamos congregar; era prá ser na Assembléia de Deus do Campestre. Tudo foi confirmado posteriormente. Segundo alguns irmãos daquela igreja nos contaram, semanas antes da nossa chegada, durante um culto, Deus usou um irmão de fora, que tinha vindo pregar para dizer que em breve chegariam naquela igreja dois casais para ajudá-los. Chegamos praticamente juntos, o outro casal logo passou a ser responsável pela reforma e manutenção da igreja, pois o irmão é construtor. A minha esposa passou a fazer parte das irmãs do grupo de oração e eu passei a ser um dos professores da escola dominical e a dirigir um ministério de louvor dos varões daquela igreja. Deus também já me deu um louvor e um nome para o grupo: GUERREIROS DE GILGAL. E Deus nos abençoou ainda mais, ou seja, levou a mim e a minha esposa, a começar o curso básico de teologia da FATESA; e não é preciso dizer que estamos gostando muito. A minha filha ainda está reticente, ainda não aceitou Jesus. Estamos orando e pedimos a oração dos irmãos para que isso aconteça.

Esse meu testemunho tem como único objetivo confirmar o que já sabemos; que Deus opera grandiosamente, Ele tem um plano para as nossas vidas. O segredo é obedecermos e estarmos sempre atentos ao seu querer. Muitas vezes não concordamos ou não entendemos bem o porquê do seu modo de agir, mas podemos ter certeza de que Ele sabe o que está fazendo...

QUE DEUS ABENÇÕE  A  TODOS NÓS.


0 comentários:

Postar um comentário