sábado, 7 de abril de 2012

Os soldados queriam o sangue de Jesus -Max Lucado


Os soldados? Eles queriam sangue.
Portanto, açoitaram Jesus. O chicote do legionário consistia em tiras de couro com bolas de chumbo em cada ponta. Seu objetivo era singular: bater no acusado até que ele ficasse a um centímetro da morte e, então, parar. Eram permitidas 39 chibatadas, mas raramente essa quantidade era necessária. Um centurião monitorava o estado do prisioneiro. Não há dúvida de que Jesus estava à beira da morte quando suas mãos foram desamarradas e Ele caiu bruscamente no chão.

O açoitamento era o primeiro ato dos soldados.

A crucificação era o terceiro. (Não eu não pulei o segundo. Chegaremos lá daqui a pouco.) Embora suas costas estivessem listradas de feridas, os soldados colocaram a travessa da cruz nos ombros de Jesus, fizeram com que Ele andasse até o lugar da Caveira e o executaram. Não culpamos os soldados poe esses dois atos. Afinal de contas, eles estavam simplesmente seguindo ordens. Mas o que é difícil entender é o que eles fizeram no período compreendido entre esses dois eventos. Veja a descrição de Mateus:

“Então Pilatos mandou açoitar Jesus e o entregou para ser crucificado. Então, os soldados do governador levaram Jesus ao Pretório e reuniram toda a tropa ao seu redor. Tiraram-lhe as vestes e puseram nEle um manto vermelho; fizeram uma coroa de espinhos e colocaram na sua cabeça. Puseram uma vara na sua mão direita e ajoelhando-se diante dEle, zombavam: “Salve, rei dos judeus!”Cuspiram nELe e, tirando-lhe a vara, batiam com ela na sua cabeça. Depois de terem zombado dele, tiraram-lhe o manto e vestiram-lhe suas próprias roupas. Então o levaram para crucificá-lo”  (Mateus 27.26-31).

A tarefa dos soldados era simples: levar o Nazareno à colina e matá-lo. Mas eles tinham outra coisa em mente. Queriam se divertir um pouco mais antes de cumprir a missão. Soldados fortes, descansados e armados cercaram um carpinteiro Galileu exausto e quase morto e o espancaram. O castigo foi uma ordem. A crucificação foi uma ordem. Mas quem poderia encontrar prazer em cuspir num homem semimorto?

O ato de cuspir não tinha o propósito de ferir o corpo - não pode fazê-lo. Cuspir tinha o propósito de degradar a alma, e pode fazê-lo. O que os soldados estavam fazendo? Não estavam se promovendo à custa de outra pessoa? Sentiam-se grandes ao fazer Cristo parecer pequeno.

Permita que o cuspe dos soldados represente a imundície em nosso coração. Então observe o que Jesus fez com a nossa sujeira. Ele a levou até a cruz. Por meio do profeta Ele disse: “Não escondi a face da zombaria e dos cuspes” (Isaías 50.6). Misturada com o sangue e o suor estava a essência de nosso pecado.

Deus poderia ter feito diferente. No plano de Deus, vinho foi oferecido para sua garganta; por que não ofereceram uma toalha para seu rosto? Simão carregou a cruz de Jesus, mas não limpou a face de Jesus. Os anjos estavam a apenas uma oração de distância. Não poderiam ter limpado os cuspes?

Sim, poderiam, mas Jesus não ordenou que o fizessem. Por alguma razão, aquele que escolheu os cravos também escolheu a saliva. Junto com a lança e a esponja do homem, Ele suportou o cuspe do homem. Aquele que não conheceu pecado assumiu a face de um pecador, de modo que nós, pecadores, pudéssemos assumir a face de um santo.


Lucado, Max
Seu Nome é Jesus/ Max Lucado; (traduzido por Emirson Justino) 
São Paulo: Mundo Cristão, 2010



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