(a) Luz e beleza. (Apo. 21:23;
2:5.) A melhor linguagem humana é inadequada para descrever as gloriosas
realidades da vida futura. Nos caps. 21 e 22 do Apocalipse o Espírito
emprega linguagem que nos ajuda a compreender algo das belezas do outro mundo.
A toupeira que vive no buraco na terra não pode compreender como é a vida
da águia que se eleva acima das altas montanhas. Vamos imaginar um mineiro
que nascesse em uma mina 500 metros abaixo da superfície e que ai passasse
todos os seus dias, sem nunca ter visto a superfície da terra. Como seria
difícil tentar descrever-lhe as delicias visuais de verdes árvores, campos
floridos, rios, pomares, picos de montanhas, e o céu estrelado. Ele nada
disso apreciaria, pois seus olhos não viram, seus ouvidos não
ouviram e não entrou em seu coração o conhecimento dessas coisas.
(b) Plenitude de conhecimento,
(1Cor. 13:12.) O sentimento expresso pelo sábio Sócrates ao dizer: "Uma
coisa sei, é que nada sei", tem sido repetido pelos sábios daquele
tempo. O homem está rodeado dos mistérios e anseia pela sabedoria. No
céu esse anseio será satisfeito absolutamente; os mistérios
do universo serão desvendados; problemas teológicos
difíceis desvanecerão. Então gozaremos de melhor qualidade de conhecimento,
o conhecimento de Deus.
(c) Descanso. (Apo. 14:13;
21:4.) Pode-se formar certa concepção do céu contrastando-o com as desvantagens
da vida presente. Pense em tudo que neste mundo provoca: fadiga, dor, luta
e tristeza, e considere que no céu essas coisas não nos perturbarão.
(d) Servir. Existem pessoas
acostumadas a uma vida muito ativa que não se interessam pelo céu,
pensando que o céu seja lugar de inatividade, onde seres etéreos passem o
tempo tocando harpa. Essa, porém, não é uma concepção exata. É verdade que os redimidos
tocarão harpas, pois o céu é lugar de música. "Haverá trabalho a fazer
também. "... Estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de
noite no seu templo." "(Apo. 7:15); "... e os seus servos o
servirão"... (Apo. 22:3). Aquele que colocou o homem no primeiro
paraíso, com instruções sobre como cuidar dele, certamente não deixará o
homem sem ter o que fazer no segundo paraíso.
(e) Gozo. (Apo. 21:4.) O maior
prazer experimentado neste mundo, mesmo que ampliado um milhão de vezes, ainda
não expressaria o gozo que espera os filhos de Deus nesse reino. Se
um poderoso rei, possuidor de ilimitadas riquezas, quisesse construir
um palácio para sua noiva, esse palácio seria tudo quanto a arte e os
recursos pudessem prover. Deus ama seus filhos infinitamente mais que
qualquer ser humano. Possuindo recursos inexauríveis, ele pode fazer um lar
cuja beleza ultrapasse tudo quanto a arte e imaginação humanas
poderiam conceber. "Vou preparar-vos lugar."
(f) Estabilidade. O gozo do céu
será eterno. De fato, a permanência é uma das necessidades para que a
felicidade seja perfeita. Por muito gloriosas que sejam a beleza e a
felicidade celestiais, saber que essas coisas acabariam já é suficiente
para que o gozo perca sua perfeição. Lembrar-se de que inevitavelmente
tudo findará , seria um empecilho ao gozo perfeito. Todos desejam o estado
permanente: saúde permanente, paz permanente e prosperidade permanente. A
instabilidade e insegurança são temidas por todos. Mas a felicidade no céu
é justamente a divina promessa de que o seu gozo nunca há de terminar
nem diminuir de intensidade.
(g) Gozos Sociais. (Heb. 12:22,
23; 1Tess. 4:13-18) Por natureza, o homem é um ser social. O homem solitário é
anormal. Se na vida presente os gozos sociais proporcionam tanta felicidade, como
não será muito mais gloriosa a amável comunhão social no céu. Nas relações
humanas, mesmo as pessoas mais chegadas a nós têm suas faltas e características
que destroem a sua personalidade. No céu os amigos e parentes não terão
faltas. Os gozos sociais nesta vida fazem-se acompanhar de desapontamento.
Muitas vezes os próprios familiares nos causam grandes tristezas; as amizades
acabam e o amor desvanece. Mas no céu não haverá os mal-entendidos e
nenhuma rixa; tudo será bom e belo, sem sombra e sem defeito, cheio de
sabedoria celestial e resplandecente com a glória de Deus.
(h) Comunhão com Cristo. (João
14:3; 2Cor. 5:8; Fil. 1:23.) "Ao qual, não o havendo visto, amais; no
qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e
glorioso" (1Pedro. 1:8). Naquele dia seremos como ele é; os nossos corpos
serão como o seu glorioso corpo; nós o veremos face a face; aquele que
pastoreou o seu povo no vale das lágrimas, no céu conduzirá esse povo de
gozo em gozo, de glória em glória, e de revelação em revelação.
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