terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Comentário sobre o Espiritismo - Ariovaldo Nuvolari (ALuno da FATESA - Casa do Saber)



Doutrina baseada na crença da existência de um espírito (alma) que não necessita do corpo para existir e retorna à Terra em sucessivas  encarnações, até atingir a perfeição. Sua principal corrente é o kardecismo, formulado, em 1857, no Livro dos Espíritos pelo professor francês Allan Kardec (1804-1869), pseudônimo de Denisard Léon Hippolyte Rivail.
O espiritismo considera o homem o único responsável por sua felicidade, pois tudo depende de seus atos. Prega o amor ao próximo como meio de chegar à maturidade espiritual (perfeição). Afirma que as reencarnações sucessivas permitem a evolução gradativa do espírito para se redimir de erros passados e que todas as faltas podem ser reparadas. Como o corpo é apenas um instrumento para a volta à Terra, quando atinge a perfeição o espírito não precisa mais reencarnar.

Os espíritos interferem na vida terrena por meio dos médiuns, pessoas a quem recorrem para contar aos vivos como estão, fazer revelações e dar conselhos. A comunicação acontece pela psicografia (o médium escreve como se o próprio espírito escrevesse) ou pela incorporação (o espírito apodera-se do corpo do médium para falar aos vivos). Os espíritos superiores promovem o bem e os inferiores dão más orientações. Os praticantes do espiritismo reúnem-se em centros, que não possuem altares nem rituais.
  
A Doutrina
 O Espiritismo não é uma religião, mas é uma ciência. O sobrenatural não existe mais. As manifestações obtidas por intermédio dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo, são de ordem natural. Não há milagres no Espiritismo. Assistimos à aurora de uma ciência desconhecida. O espírita não se ilude, achando-se de posse de toda a verdade. Em lugar do princípio: "Fora da Igreja não há salvação", que entretém a divisão e a animosidade entre as diferentes seitas, e que fez derramar tanto sangue, o Espiritismo tem por máxima: "Fora da Caridade não há salvação" quer dizer, igualdade entre os homens diante de Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua.

Como Surgiu
Se a Doutrina Espírita fosse uma criação puramente humana, só teria por garantia as luzes dos que a criaram. Acontece que ninguém na Terra poderia ter a pretensão de possuir sozinho, a verdade absoluta. Se os espíritos que revelaram a Doutrina Espírita se manifestassem a um único homem, nada lhe garantiria a origem, pois seria preciso acreditar na palavra daquele que dissesse ter recebido deles os ensinamentos. Deus quis que a nova revelação chegasse aos homens por um meio mais rápido e mais autêntico. Um homem pode ser iludido, pode iludir-se a si mesmo, mas não pode enganar milhões de pessoas que vêem e ouvem a mesma coisa. Isto é uma garantia para cada um e para todos. Aliás, pode-se fazer desaparecer um homem, mas não pode fazer desaparecer multidões; podem-se queimar livros, mas não se podem queimar os espíritos. Nós no Espiritismo não nos colocamos de modo algum como árbitro supremo da verdade e não dizemos a ninguém: "Acreditai em tal coisa, pois estamos te dizendo". Aos nossos próprios olhos, a nossa opinião é apenas uma opinião pessoal que pode ser verdadeira ou falsa, visto sermos tão falíveis quanto qualquer outra pessoa. Não é porque um princípio nos foi ensinado que devemos tomá-lo por verdadeiro, mas, sim, porque ele teve a aprovação geral (O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec). Vale uma nota: foi no Brasil que o Espiritismo teve seu desenvolvimento concreto, pois na França, onde se deu seu nascimento e em outros países o número de adeptos do Espiritismo é muito pequeno.
      
 O Precursor
 O precursor do Espiritismo foi Allan Kardec ou Hippolyte Lèon Denizard Rivail, nascido em Lyon na França, em 3 de outubro de 1804 e desencarnou em 1869. Antes de se dedicar à codificação do Espiritismo, exerceu durante 30 anos a missão de educador. Foi discípulo de Pestalozzi, tendo publicado diversas obras didáticas.
Ele teve a missão de educar e instruir. Sua inteligência foi capaz de juntar as necessidades dos sentimentos e partir para um interesse coletivo.
      
Como era e como é hoje
O espiritismo com os fenômenos das mesas girantes no século XVII surgiu como um chamado do mundo espiritual fazendo as pessoas ver que havia mais coisas depois da morte, do que só o céu e o inferno. As pessoas que seguiam Allan Kardec eram vistos como bruxos que tinham pactos com o demônio, loucos ou coisas parecidas e eram obrigados a se esconderem; era uma época em que a Igreja (católica) dominava a tudo e a todos, não havia liberdade de religião como hoje. Foi mandado queimar todos os Evangelhos, mas mesmo assim não cessou a sua propagação pelo mundo.
Hoje as pessoas podem ir e vir com seu livre arbítrio e o espiritismo já não é mais condenado. A maior prova disso é o companheiro Chico Xavier que ajudou a propagar o espiritismo no Brasil, dando um maravilhoso exemplo de abnegação e amor ao próximo. Ele sem dúvida é o maior médium do Brasil e quem sabe talvez do mundo, onde sua bondade deve servir de molde não só para todos os espíritas, mas para todas as pessoas. É claro que hoje em dia ainda existe um grande preconceito com relação ao Espiritismo, mas esperamos que possa ser neutralizado este preconceito abrindo a cabeça das pessoas, onde o nosso planeta vem sofrendo grandes transformações; só aí o Espiritismo será melhor compreendido e realmente aplicado em forma de amor ao próximo, abnegação, fraternidade, luz e paz como o Brasil que é a pátria do evangelho realmente merece e também todo este mundo que Deus criou com tanto amor.

Espiritismo e Umbanda
Muitas pessoas confundem estas duas religiões (UÉ, o espiritismo não é uma ciência?), o que causa um certo preconceito e até uma certa restrição por parte dos espíritas em se omitirem quando a pergunta é: qual é sua religião. O que é preciso entender é que Espiritismo é a doutrina codificada por Allan Kardec que prega a caridade, o amor incondicional e a reforma íntima, (não que outras religiões não preguem isso); enquanto Umbanda é uma religião proveniente dos rituais africanos que nada tem haver com o Espiritismo, ou pelo menos quase nada.
A Umbanda tem seus ritos e suas simbologias; Espiritismo tem somente a oração e a fé como a chave para o equilíbrio e o começo da solução de muitos problemas. Mas lembremos novamente que o Espiritismo não faz milagres.
      
O Espiritismo perante outras religiões
O valor das religiões é nos levar à magnitude daquilo que é nosso, desde a nossa formação congênita, crer em Deus e na sua exuberante bondade, conceituando, ainda mais, que ninguém morre. As doutrinas religiosas divergem em alguns pontos, não resta dúvida. Não obstante, convergem para o mesmo ideal: o amor. Cada comunidade religiosa tem uma missão, de acordo com o rebanho que lhe compete educar e instruir. O combate entre as       religiões é a prova da distância de Jesus, destes que se candidatam por si mesmos a defensores de uma verdade que eles ainda desconhecem, esquecendo-se completamente do "Não Julgueis" (do livro: Médiuns, João Nunes Maia).
      
O Espiritismo no Brasil
Por volta de 1850 a 1853, já havia vários grupos de experimentadores realizando observações em torno das mesas girantes, e quando chegaram as notícias a respeito do lançamento, em Paris, da primeira edição de "O Livro dos Espíritos", os brasileiros acolheram-nas com simpatia.
Em 1863 começaram a aparecer em alguns Estados, entre eles a Bahia, o Rio de Janeiro e Sergipe, os primeiros centros espíritas organizados segundo instruções de Allan Kardec.
No ano de 1869 é publicado nosso primeiro periódico espírita, "O Eco de Além- Túmulo". No dia 2 de agosto de 1873 foi fundado no Rio de Janeiro, o Grupo Confucius que durou apenas três anos, mas devemos a ele a primeira tradução das obras de Kardec, a primeira assistência homeopática gratuita e a revelação do nome de Ismael como sendo o guia espiritual de nosso país.
Em 26 de abril de 1876, foi fundada a Sociedade de Estudos Espíritas: “Deus, Cristo e Caridade”, que devido a diferentes pontos de vista, sofreu uma separação, vindo a ser fundada a Sociedade Espírita Fraternidade, em 2 de março de 1880. Era um momento difícil devido aos constantes e violentos ataques do clero tradicional; mas em 1 de janeiro de 1884, Elias da Silva e mais algumas pessoas formam a Federação Espírita Brasileira.
Em 24 de setembro de 1885 é fundado o Grupo de Estudos Evangélicos do Anjo Ismael (Grupo Ismael). A Federação começou a promover uma série de conferências, onde o então       eminente médico e político Dr. Adolfo Bezerra de Menezes, proclamou a sua adesão às ideias espíritas; onde foi convidado pela União Espírita do Brasil a escrever todos os domingos, no jornal "O Paiz", artigos sobre a filosofia espírita; ele aceita e passa a utilizar o pseudônimo de Max. Em 1889, já era então o presidente da Federação Espírita Brasileira.
No começo de 1894 inicia-se o reerguimento da Federação após um grande período de abatimento, tendo, então, a presidência sido confiada ao Dr. Dias da Cruz; outros problemas surgiram, e novamente ocorreu uma divisão, os cientistas fundaram no dia 24 de maio de 1895, o Centro União Espírita de Propaganda do Brasil, desvinculando-se dos trabalhos de assistência aos necessitados para voltarem-se à propaganda. Mais adiante, Dias Cruz     renuncia à Presidência da Federação; então foi proposto a Bezerra de Menezes que aceitasse o cargo em favor de todos; passando este, a imprimir nos rumos da Federação Espírita Brasileira o seu caráter evangélico por excelência, tornando-se ela a digna representante de Ismael até os dias de hoje.

     COMENTÁRIOS:

1)    O texto acima foi obtido na Internet e reflete a posição, ou melhor, as pesquisas do (s) autor (s) desses escritos, sobre a doutrina espírita. As observações feitas entre parênteses, em negrito, no próprio texto, são do autor destes comentários. Todos os comentários e observações são de um evangélico, à luz do que está escrito na Bíblia Sagrada. Os comentários não têm o intuito de denegrir a imagem dos espíritas, mas sim contribuir para a busca da verdade. Assim, para início de conversa, a Bíblia condena explicitamente o ocultismo, ou mesmo a consulta a espíritos. No livro de Levítico 19.31, diz o Senhor Deus: “Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores, não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.” E em Levítico 20.6 diz: “Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra aquela alma e a extirparei do meio do meu povo.” Diz a palavra que o Senhor Deus já estava profundamente descontente com as constantes desobediências do rei Saul, mas quando este consultou uma médium para saber se deveria lutar contra os filisteus, essa atitude foi a gota d´água para a sua própria destruição (ver I Samuel 28.1 a 20).
2)    A doutrina da reencarnação contrapõe-se à verdade bíblica que está no livro de HEBREUS 9.27: “E como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo.” Na Bíblia Sagrada não está escrito que os homens reencarnariam sucessivamente até a perfeição.
3)    A máxima espírita (fora da caridade não há salvação), também está em desacordo com a Palavra de Deus. Nós aprendemos que a salvação é um dom da graça de Deus, e que somente podemos recebê-la (do lado humano), em resposta à fé. Alguns podem dizer: mas em que devemos acreditar, devemos ter fé em que? Os versículos bíblicos nos dão a explicação necessária. Diz a palavra de Deus, em ROMANOS 5.19: “Porque, como, pela desobediência de um só homem (Adão) muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um (Jesus), muitos serão feitos justos.” O sangue de Jesus Cristo, que morreu por nós na cruz, pode nos salvar de todo o pecado, basta nos arrependermos deles e crermos que Ele é, o único e suficiente salvador. O próprio Jesus disse aos seus discípulos, no Evangelho de MARCOS 16.15 e 16: ... “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” Em Romanos 5.8 a 10 diz: “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados por Deus pela morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Em nenhum lugar da Bíblia Sagrada está escrito que a salvação vem pela prática da caridade. O crente, já salvo, deve sim praticar a caridade, mas não como condição para a sua salvação.
4)    O autor, ao dizer, que o espiritismo se contrapõe ao princípio: "fora da Igreja não há salvação", com o seu princípio de que: “fora da caridade não há salvação”, está na verdade, com a sua heresia, criticando outra heresia, pregada pela igreja católica.


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