Doutrina baseada na crença da existência de um
espírito (alma) que não necessita do corpo para existir e retorna à Terra em sucessivas
encarnações, até atingir a perfeição. Sua principal corrente é o
kardecismo, formulado, em 1857, no Livro dos Espíritos pelo professor francês
Allan Kardec (1804-1869), pseudônimo de Denisard Léon Hippolyte Rivail.
O espiritismo considera o homem o único responsável
por sua felicidade, pois tudo depende de seus atos. Prega o amor ao próximo
como meio de chegar à maturidade espiritual (perfeição). Afirma que as
reencarnações sucessivas permitem a evolução gradativa do espírito para se
redimir de erros passados e que todas as faltas podem ser reparadas. Como o
corpo é apenas um instrumento para a volta à Terra, quando atinge a perfeição o
espírito não precisa mais reencarnar.
Os espíritos interferem na vida terrena
por meio dos médiuns, pessoas a quem recorrem para contar aos vivos como estão,
fazer revelações e dar conselhos. A comunicação acontece pela psicografia (o
médium escreve como se o próprio espírito escrevesse) ou pela incorporação (o
espírito apodera-se do corpo do médium para falar aos vivos). Os espíritos
superiores promovem o bem e os inferiores dão
más orientações. Os praticantes do espiritismo reúnem-se em centros, que não
possuem altares nem rituais.
A Doutrina
O Espiritismo não é uma religião,
mas é uma ciência. O sobrenatural não existe mais. As manifestações obtidas por
intermédio dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo, são de ordem
natural. Não há milagres no Espiritismo. Assistimos à aurora de uma ciência
desconhecida. O espírita não se ilude, achando-se de posse de toda a verdade.
Em lugar do princípio: "Fora da Igreja não há salvação", que entretém
a divisão e a animosidade entre as diferentes seitas, e que fez derramar
tanto sangue, o Espiritismo tem por máxima: "Fora da Caridade não há
salvação" quer dizer, igualdade entre os homens diante de Deus, a
tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua.
Como Surgiu
Se a Doutrina Espírita fosse uma criação puramente
humana, só teria por garantia as luzes dos que a criaram. Acontece que ninguém
na Terra poderia ter a pretensão de possuir sozinho, a verdade absoluta. Se os
espíritos que revelaram a Doutrina Espírita se manifestassem a um único homem,
nada lhe garantiria a origem, pois seria preciso acreditar na palavra daquele
que dissesse ter recebido deles os ensinamentos. Deus quis que a nova revelação
chegasse aos homens por um meio mais rápido e mais autêntico. Um homem pode ser
iludido, pode iludir-se a si mesmo, mas não pode enganar milhões de pessoas que
vêem e ouvem a mesma coisa. Isto é uma garantia para cada um e para todos.
Aliás, pode-se fazer desaparecer um homem, mas não pode fazer desaparecer
multidões; podem-se queimar livros, mas não se podem queimar os espíritos. Nós
no Espiritismo não nos colocamos de modo algum como árbitro supremo da verdade
e não dizemos a ninguém: "Acreditai em tal coisa, pois estamos te
dizendo". Aos nossos próprios olhos, a nossa opinião é apenas uma opinião
pessoal que pode ser verdadeira ou falsa, visto sermos tão falíveis quanto
qualquer outra pessoa. Não é porque um princípio nos foi ensinado que devemos
tomá-lo por verdadeiro, mas, sim, porque ele teve a aprovação geral (O
Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec). Vale uma nota: foi no Brasil
que o Espiritismo teve seu desenvolvimento concreto, pois na França, onde se
deu seu nascimento e em outros países o número de adeptos do Espiritismo é
muito pequeno.
O Precursor
O precursor do Espiritismo foi
Allan Kardec ou Hippolyte Lèon Denizard Rivail, nascido em Lyon na França, em 3
de outubro de 1804 e desencarnou em 1869. Antes de se dedicar à codificação do
Espiritismo, exerceu durante 30 anos a missão de educador. Foi discípulo de
Pestalozzi, tendo publicado diversas obras didáticas.
Ele teve a missão de educar e instruir. Sua
inteligência foi capaz de juntar as necessidades dos sentimentos e partir para
um interesse coletivo.
Como era e como é hoje
O espiritismo com os fenômenos das
mesas girantes no século XVII surgiu como um chamado do mundo espiritual
fazendo as pessoas ver que havia mais coisas depois da morte, do que só o céu e
o inferno. As pessoas que seguiam Allan Kardec eram vistos como bruxos que
tinham pactos com o demônio, loucos ou coisas parecidas e eram obrigados a se
esconderem; era uma época em que a Igreja (católica) dominava a tudo e a todos,
não havia liberdade de religião como hoje. Foi mandado queimar todos os Evangelhos,
mas mesmo assim não cessou a sua propagação pelo mundo.
Hoje as pessoas podem ir e vir com seu livre
arbítrio e o espiritismo já não é mais condenado. A maior prova disso é o
companheiro Chico Xavier que ajudou a propagar o espiritismo no Brasil, dando um
maravilhoso exemplo de abnegação e amor ao próximo. Ele sem dúvida é o maior
médium do Brasil e quem sabe talvez do mundo, onde sua bondade deve servir de
molde não só para todos os espíritas, mas para todas as pessoas. É claro que
hoje em dia ainda existe um grande preconceito com relação ao Espiritismo, mas
esperamos que possa ser neutralizado este preconceito abrindo a cabeça das
pessoas, onde o nosso planeta vem sofrendo grandes transformações; só aí o
Espiritismo será melhor compreendido e realmente aplicado em forma de amor ao
próximo, abnegação, fraternidade, luz e paz como o Brasil que é a pátria do
evangelho realmente merece e também todo este mundo que Deus criou com tanto
amor.
Espiritismo e Umbanda
Muitas pessoas confundem estas duas
religiões (UÉ, o espiritismo não é uma ciência?), o que causa um
certo preconceito e até uma certa restrição por parte dos espíritas em se
omitirem quando a pergunta é: qual é sua religião. O que é preciso entender é
que Espiritismo é a doutrina codificada por Allan Kardec que prega a caridade,
o amor incondicional e a reforma íntima, (não que outras religiões não preguem
isso); enquanto Umbanda é uma religião proveniente dos rituais africanos que
nada tem haver com o Espiritismo, ou pelo menos quase nada.
A Umbanda tem seus ritos e suas simbologias;
Espiritismo tem somente a oração e a fé como a chave para o equilíbrio e o
começo da solução de muitos problemas. Mas lembremos novamente que o
Espiritismo não faz milagres.
O Espiritismo perante outras religiões
O valor das religiões é nos levar à
magnitude daquilo que é nosso, desde a nossa formação congênita, crer em Deus e
na sua exuberante bondade, conceituando, ainda mais, que ninguém morre. As
doutrinas religiosas divergem em alguns pontos, não resta dúvida. Não obstante,
convergem para o mesmo ideal: o amor. Cada comunidade religiosa tem uma missão,
de acordo com o rebanho que lhe compete educar e instruir. O combate entre as religiões
é a prova da distância de Jesus, destes que se candidatam por si mesmos a
defensores de uma verdade que eles ainda desconhecem, esquecendo-se
completamente do "Não Julgueis" (do livro: Médiuns, João Nunes Maia).
O Espiritismo no Brasil
Por volta de 1850 a 1853, já havia
vários grupos de experimentadores realizando observações em torno das mesas
girantes, e quando chegaram as notícias a respeito do lançamento, em Paris, da
primeira edição de "O Livro dos Espíritos", os brasileiros
acolheram-nas com simpatia.
Em 1863 começaram a aparecer em alguns Estados,
entre eles a Bahia, o Rio de Janeiro e Sergipe, os primeiros centros espíritas
organizados segundo instruções de Allan Kardec.
No ano de 1869 é publicado nosso primeiro periódico
espírita, "O Eco de Além- Túmulo". No dia 2 de agosto de 1873 foi
fundado no Rio de Janeiro, o Grupo Confucius que durou apenas três anos, mas
devemos a ele a primeira tradução das obras de Kardec, a primeira assistência
homeopática gratuita e a revelação do nome de Ismael como sendo o guia
espiritual de nosso país.
Em 26 de abril de 1876, foi fundada a Sociedade de
Estudos Espíritas: “Deus, Cristo e Caridade”, que devido a diferentes pontos de
vista, sofreu uma separação, vindo a ser fundada a Sociedade Espírita
Fraternidade, em 2 de março de 1880. Era um momento difícil devido aos
constantes e violentos ataques do clero tradicional; mas em 1 de janeiro de
1884, Elias da Silva e mais algumas pessoas formam a Federação Espírita
Brasileira.
Em 24 de setembro de 1885 é fundado o Grupo de
Estudos Evangélicos do Anjo Ismael (Grupo Ismael). A Federação começou a
promover uma série de conferências, onde o
então eminente médico e político Dr. Adolfo
Bezerra de Menezes, proclamou a sua adesão às ideias espíritas; onde foi
convidado pela União Espírita do Brasil a escrever todos os domingos, no jornal
"O Paiz", artigos sobre a filosofia espírita; ele aceita e passa a
utilizar o pseudônimo de Max. Em 1889, já era então o presidente da Federação
Espírita Brasileira.
No começo de 1894 inicia-se o reerguimento da
Federação após um grande período de abatimento, tendo, então, a presidência
sido confiada ao Dr. Dias da Cruz; outros problemas surgiram, e novamente
ocorreu uma divisão, os cientistas fundaram no dia 24 de maio de 1895, o Centro
União Espírita de Propaganda do Brasil, desvinculando-se dos trabalhos de
assistência aos necessitados para voltarem-se à propaganda. Mais adiante, Dias
Cruz renuncia à Presidência da Federação; então foi
proposto a Bezerra de Menezes que aceitasse o cargo em favor de todos; passando
este, a imprimir nos rumos da Federação Espírita Brasileira o seu caráter
evangélico por excelência, tornando-se ela a digna representante de Ismael até
os dias de hoje.
COMENTÁRIOS:
1) O texto acima
foi obtido na Internet e reflete a posição, ou melhor, as pesquisas do (s)
autor (s) desses escritos, sobre a doutrina espírita. As observações feitas
entre parênteses, em negrito, no próprio texto, são do autor destes
comentários. Todos os comentários e observações são de um evangélico, à luz do
que está escrito na Bíblia Sagrada. Os comentários não têm o intuito de
denegrir a imagem dos espíritas, mas sim contribuir para a busca da verdade.
Assim, para início de conversa, a Bíblia condena explicitamente o ocultismo, ou
mesmo a consulta a espíritos. No livro de Levítico 19.31, diz o Senhor Deus: “Não
vos virareis para os adivinhadores e encantadores, não os busqueis,
contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus.” E em Levítico
20.6 diz: “Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores,
para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra aquela alma e a
extirparei do meio do meu povo.” Diz a palavra que o Senhor Deus já
estava profundamente descontente com as constantes desobediências do rei Saul,
mas quando este consultou uma médium para saber se deveria lutar contra os
filisteus, essa atitude foi a gota d´água para a sua própria destruição (ver
I Samuel 28.1 a 20).
2) A doutrina
da reencarnação contrapõe-se à verdade bíblica que está no livro de HEBREUS
9.27: “E como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o
juízo.” Na Bíblia Sagrada não está escrito que os homens reencarnariam
sucessivamente até a perfeição.
3) A máxima
espírita (fora da caridade não há salvação), também está em desacordo
com a Palavra de Deus. Nós aprendemos que a salvação é um dom da graça de Deus,
e que somente podemos recebê-la (do lado humano), em resposta à fé. Alguns
podem dizer: mas em que devemos acreditar, devemos ter fé em que? Os versículos
bíblicos nos dão a explicação necessária. Diz a palavra de Deus, em
ROMANOS 5.19: “Porque, como, pela desobediência de um só homem (Adão) muitos
foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um (Jesus), muitos serão
feitos justos.” O sangue de Jesus Cristo, que morreu por nós na cruz, pode
nos salvar de todo o pecado, basta nos arrependermos deles e crermos que Ele é,
o único e suficiente salvador. O próprio Jesus disse aos seus discípulos, no
Evangelho de MARCOS 16.15 e 16: ... “Ide por todo o mundo, pregai o
evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não
crer será condenado.” Em Romanos 5.8 a 10 diz: “Mas Deus prova
o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda
pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos
por ele salvos da ira. Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados por
Deus pela morte de seu filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos
salvos pela sua vida.” Em nenhum lugar da Bíblia Sagrada está escrito que a
salvação vem pela prática da caridade. O crente, já salvo, deve sim praticar a
caridade, mas não como condição para a sua salvação.
4) O autor, ao
dizer, que o espiritismo se contrapõe ao princípio: "fora da
Igreja não há salvação", com o seu princípio de que: “fora da
caridade não há salvação”, está na verdade, com a sua heresia, criticando
outra heresia, pregada pela igreja católica.
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