Nasci aos 3 de dezembro de 1949 na cidade paulista
de Jaú. Tenho, portanto, hoje (março de 2012), 62 anos de idade. Fui o terceiro
filho de uma família de 4 irmãos. Naquela cidade do interior, meu pai era dono
de uma venda (pode-se dizer que hoje seria o equivalente a um mercadinho), que
vendia um pouco de tudo. Aparentemente tudo ia bem quando ele resolveu comprar
um hotel numa cidade vizinha. Descobriu, em seguida, que tinha sido enganado,
pois esse hotel estava para ser fechado pela vigilância sanitária. Com esse seu
passo em falso, perdeu tudo que tinha e veio tentar a vida em São Paulo. Isso aconteceu
em maio de 1956, quando eu tinha 6 anos de idade. Fomos morar no município de
Barueri, num lugar que não tinha luz elétrica, nem água encanada (a água era
tirada de um poço). Sem profissão definida, meu pai só conseguiu arranjar
emprego como trabalhador braçal (descarregava sacos de milho na Refinadora de
Milhos Brasil). Depois de certo tempo arranjou um emprego de varredor na Fiação
Sul Americana, que ficava mais próximo da nossa casa.
Seu salário era insuficiente; mal dava para pagar o
aluguel e algumas despesas. As coisas começaram a piorar ainda mais quando, por
volta do ano de 1959, quando ele tinha 43 anos de idade, foi acometido de um
AVC, que o deixou paralisado na cama por cerca de 1 ano. Perdeu uma das vistas
e nunca mais pode trabalhar com carteira assinada. Depois disso, passou a
trabalhar por conta própria. No período em que meu pai esteve doente, a minha
mãe começou a trabalhar como doméstica em casas de família, para ajudar nas
despesas. Quando melhorou de saúde, meu pai comprou uma carrocinha baú, um
animal e começou uma freguesia de pão. Ele comprava o pão em uma padaria e
vendia para sua freguesia. O bairro em que morávamos era cheio de morros e,
onde a carroça não podia subir, lá ia eu distribuir pães com um saco nas
costas. Isso começou por volta do ano de 1960, quando eu estava com 10 anos de
idade e durou até os meus 18 anos, quando ele resolveu parar com essa freguesia
e passou a vender bilhetes de loteria. Foram tempos bastante difíceis, mas
graças ao bom Deus, nunca chegamos a passar fome. Minha irmã casou-se em 1958 e
meus outros dois irmãos começaram a trabalhar, assim que completaram 14 anos de
idade.
Éramos católicos, mas minha mãe, na
busca de uma melhoria de vida, erroneamente chegou a frequentar centros
espíritas de umbanda; é claro que hoje sabemos ser um lugar
errado para buscar esse tipo de ajuda. Meu pai faleceu em 1988, sem aceitar
Jesus. Minha mãe também já faleceu (em 1995), mas graças ao bom Deus, já tinha
aceitado Jesus.
Meus dois irmãos também começaram a se dedicar a
pequenos comércios. O mais velho, mudou-se para a cidade de Ubatuba e veio a
falecer quando tinha 53 anos de idade, acometido de um infarto fulminante. Ele
morreu sem conversão. O mais novo também frequentou centros de umbanda, mas foi
o primeiro a aceitar Jesus.
Eu olho para trás e, mesmo tendo me
convertido bem depois, vejo a mão de Deus em tudo que aconteceu na minha vida.
Eu nunca planejei nada, as coisas iam simplesmente acontecendo (para mim aquela
palavra de que as bênçãos te seguirão é verdadeira).
Ao terminar o curso primário, parei de estudar;
onde morávamos era muito difícil dar continuidade aos estudos. Um dia, quando
eu já tinha 14 anos de idade, fui estimulado por um amigo a voltar a estudar.
Prestei uma espécie de vestibulinho e passei a estudar numa escola técnica em
nível ginasial, na antiga Estrada de Ferro Sorocabana. A partir do 2º ano do
colégio técnico em agrimensura, passei a trabalhar de dia e estudar à noite. Ao
final do ano de 1972, aos 22 anos saí do meu emprego de auxiliar de escritório
para trabalhar como desenhista numa grande empresa de projetos. Foi o meu
primeiro emprego na área técnica e eu costumo dizer que esse emprego foi me
buscar em casa. Nessa época, eu ainda era solteiro e,
num domingo, estava fazendo um pequeno projeto de escola e um primo, que eu nem
conhecia direito, veio visitar minha mãe. Ele, quando me viu fazendo o tal
projeto acabou me convidando para trabalhar na empresa na qual ele trabalhava.
Em 1973 fui pra faculdade de tecnologia e em 1976 terminei os estudos. Casei-me
em 1977 com a Leonice (completamos no mês de fevereiro 35 anos de casados).
Fomos morar no bairro da Lapa, em São Paulo. Tivemos dois filhos: João Daniel e Juliana. Em 1983, a área de projetos na qual trabalhava estava em
crise e eu fiquei 7 meses desempregado. Arranjei emprego no SEMASA de Santo
André e acabamos vindo morar na cidade. Comecei então a frequentar um centro
espírita Kardecista, período no qual passei por momentos de grande depressão.
Depois do SEMASA, onde o salário era pouco, Deus me abriu uma porta de emprego
maravilhosa, na PETROBRÁS. Porém, depois de 5 anos lá, saí da PETROBRÁS e
passei a me dedicar totalmente ao ensino tecnológico na FATEC de São Paulo.
Voltei então a estudar (fiz mestrado e doutorado na UNICAMP, na minha área de
atuação), e nesse período passei a não ter tempo de frequentar mais nenhuma
igreja ou ter qualquer religião. Nesse período fiz muitas coisas erradas, que
desagradam ao Senhor e isso quase destruiu meu casamento.
Minha conversão se deu em 2005. Minha esposa e meu
filho já eram convertidos e eu não queria saber de igreja ou de crentes. Eles
ouviam louvores no rádio de casa e quando eu chegava do trabalho, aquilo me
incomodava e eu invariavelmente desligava o rádio. Aos domingos, eu ia levar
minha esposa de carro à igreja que ela frequentava, mas nunca ficava para
assistir o culto; sempre retornava para casa e depois voltava para buscá-la. Um
dia, quando ela foi se batizar, tive que levá-la de carro, pois o batismo
aconteceu na represa Billings. Acabei assistindo a toda a cerimônia e um dos
pregadores falou algo que ficou na minha mente (foi a semente plantada pelo
Espírito Santo na minha vida). Ele disse que, ao contrário do que muitos dizem,
nem todos são filhos de Deus, ou seja, quem ainda não tinha aceitado
Jesus e se batizado não era filho de Deus, e sim uma criatura de Deus, como se
fosse um cachorrinho.
No domingo seguinte fui levar minha esposa ao culto
e acabei entrando na igreja. Eu que não gostava de louvores, ao ouvir o hino
“Águas purificadoras” (do grupo Diante do Trono), cantado pelo grupo de louvor
local, me derramei em lágrimas e aceitei Jesus. A partir daí, eu, que não
gostava de louvores acabei sendo agraciado por Deus, com um louvor atrás do
outro. Hoje, o Senhor já me deu mais de 120 letras. Deus nunca me deu uma
direção sobre o que fazer com esses louvores. A única coisa que tenho feito é
gravá-los. Quando comecei a fazer os louvores, eu apenas tocava um pouco de
violão. Hoje, a partir das letras que Deus tem me dado, eu mesmo tenho colocado
a música, feito os arranjos, etc., sem nunca ter sido músico. A maneira como
faço isto não é nada profissional, mas é um claro exemplo de que Deus não
escolhe os capacitados, mas sim capacita os escolhidos.
No ano de 2007, minha esposa manifestou interesse
de ir morar perto dos irmãos dela numa cidade do interior paulista, chamada
Cerquilho. Eu tinha intenção de me aposentar (o que ainda não o fiz) e acabamos
nos mudando para lá em janeiro de 2008. Lá começamos a frequentar a Igreja
Presbiteriana, onde logo o pastor me colocou para dar aulas aos jovens, na
escola dominical. Passei a dirigir um grupo de louvor de adultos e fiz muito
evangelismo. Consegui entregar uma mensagem que Deus havia me dado, em todas as
caixas de correio da cidade, num total aproximado de 12.500 folhetos. Assim,
conheci todos os recantos daquela cidade fazendo esse trabalho.
Aparentemente, estava indo tudo muito bem;
estávamos na igreja, não estávamos fazendo nada de errado, para mim só estava
ficando um pouco cansativo o fato de ter que vir trabalhar em São Paulo.
Porém, no dia 15 de janeiro de 2010, uma sexta feira, por volta das 21:00 horas,
estávamos em casa; eu, minha esposa, meu cunhado e a esposa dele, e meu neto,
que na época tinha apenas 5 anos de idade. De repente, dois indivíduos
armados e encapuzados entraram pela janela, dizendo pra que tudo mundo ficasse
quieto. Durante a ação deles, que durou mais ou menos 1 hora, nós os adultos
não podíamos abrir a boca porque eles nos mandavam ficar calados. Mas, o Senhor
Deus usou o meu neto para dizer: _ Ei vocês ai, com essas armas, vocês não
vão fazer nada com a gente, vão? Vocês não vão matar ninguém, aqui, vão? Os
assaltantes aparentemente ficaram envergonhados do que estavam fazendo e até
guardaram as armas na cintura, dizendo para o meu neto que tudo não passava de
uma brincadeira (de mau gosto, naturalmente). Graças ao bom Deus, não fizeram
nada de mal conosco. Antes de sair eles nos trancaram no banheiro. Saíram
levando o único carro da família e tudo que puderam colocar dentro dele.
Ficamos muito chateados com o ocorrido, pois
achávamos que aquela era uma cidade pacata, sem violência. A partir desse
lamentável episódio, comecei a orar a Deus perguntando-lhe: para que tinha
acontecido aquilo tudo conosco. Eu sempre acreditei na palavra que diz: todas
as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus. O senhor Deus
foi então me mostrando, através da sua palavra, que o nosso tempo naquela
cidade havia terminado, que estava nos planos dele o nosso retorno a Santo
André, onde ainda haviam ficado morando os meus filhos. Eu acredito que se não
tivesse acontecido aquilo, não teríamos nunca cogitado de voltar para cá.
Retornamos em fevereiro de 2011 e começamos a
frequentar a sede da Igreja Assembleia de Deus, ministério de Madureira, em São Caetano do Sul. Deus começou a nos mostrar também que
não era lá que devíamos congregar. Após um pequeno período de jejum e
oração, Deus mostrou claramente à minha esposa onde devíamos congregar; era prá
ser na Assembléia de Deus do Campestre. Tudo foi confirmado posteriormente.
Segundo alguns irmãos daquela igreja nos contaram, semanas antes da nossa
chegada, durante um culto, Deus usou um irmão de fora, que tinha vindo pregar
para dizer que em breve chegariam naquela igreja dois casais para ajudá-los.
Chegamos praticamente juntos, o outro casal logo passou a ser responsável pela
reforma e manutenção da igreja, pois o irmão é construtor. A minha esposa
passou a fazer parte das irmãs do grupo de oração e eu passei a ser um dos
professores da escola dominical e a dirigir um ministério de louvor dos varões
daquela igreja. Deus também já me deu um louvor e um nome para o grupo: GUERREIROS
DE GILGAL. E Deus nos abençoou ainda mais, ou seja, levou a mim e a minha
esposa, a começar o curso básico de teologia da FATESA; e não é preciso dizer
que estamos gostando muito. A minha filha ainda está reticente, ainda não
aceitou Jesus. Estamos orando e pedimos a oração dos irmãos para que isso
aconteça.
Esse meu testemunho tem como único objetivo
confirmar o que já sabemos; que Deus opera grandiosamente, Ele tem um plano
para as nossas vidas. O segredo é obedecermos e estarmos sempre atentos ao seu
querer. Muitas vezes não concordamos ou não entendemos bem o porquê do seu modo
de agir, mas podemos ter certeza de que Ele sabe o que está fazendo...
QUE DEUS ABENÇÕE A TODOS
NÓS.
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