JESUS
ENTROU NO RIO JORDÃO como um carpinteiro e saiu como Messias. Com a pele ainda
molhada da água de seu batismo, ele se afastou da comida e dos amigos e entrou
no território das hienas, dos lagartos e dos abutres. “Jesus, cheio do
Espírito Santo voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito Santo ao deserto,
onde, durante quarenta dias foi tentado pelo Diabo. Não comeu nada durante
esses dias e, ao fim deles, teve fome” (Lucas 4.1-2).
O
deserto não foi algo comum para Jesus. A normalidade fora deixada no
Jordão e seria redescoberta na Galileia. O deserto foi e é atípico. Um
parêntese obscuro na história da vida. Uma época brutal de encontros cara a
cara com o Diabo.
Jesus
enfrentou tentação por quarenta noites. Perceba que Ele não enfrentou tentação
em apenas um dos quarenta dias. Jesus foi levado ao “deserto, onde,
durante quarenta dias foi tentado pelo Diabo” (v. 1 e 2). A batalha
não se limitou a três perguntas. Jesus passou um mês e dez dias aplicando força
bruta contra Satanás. O deserto foi um inverno longo e solitário.
Lembra-se
de como Satanás o tentou? “Se és o Filho de Deus...” (Lucas
4.3-9). Por que Satanás diria isso? Porque o que Cristo ouvira em seu
batismo. “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mateus
3.7). “Você tem certeza de que é o Filho de Deus?” é o que Satanás está perguntando.
Então vem o desafio: “Prove!”. Prove fazendo alguma coisa:
“Mande
esta pedra transformar-se em pão” (Lucas 4.3).
“Se
me adorares, tudo será teu” (v.
7).
“Joga-te
daqui para baixo” (v.9).
Que
sedução sutil! Satanás não acusa Deus; ele simplesmente levanta dúvidas em
relação a Deus. Sua obra é suficiente? Coisas materiais – como transformação de
pães ou saltar do templo – recebem valor semelhante ao de obras espirituais.
Ele tenta fazer-nos desviar gradualmente de nossa fonte de confiança,
afastando-nos da promessa de Deus e enfatizando nosso desempenho.
Jesus
não morde a isca. Nenhum sinal celeste é solicitado. Ele não pede um raio;
simplesmente cita a Bíblia. Três tentações. Três citações.
“está
escrito” (v.4)
“está
escrito” (v.8)
“está
escrito” (v.12)
A
arma escolhida para sua sobrevivência é a Escritura. Se a Bíblia foi suficiente
para o deserto dEle, não seria suficiente para o nosso? Não se confunda aqui.
Tudo de que eu e você precisamos para sobreviver no deserto está no Livro.
Precisamos simplesmente dar-lhe ouvidos.
Lucado, Max
Seu Nome é Jesus/ Max Lucado; (traduzido por Emirson Justino)
São Paulo: Mundo Cristão, 2010
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