“Reinará um rei com justiça, e
dominarão os príncipes segundo o juízo. E será aquele varão como um esconderijo
contra o vento, e como um refúgio contra a tempestade, e como ribeiros de águas
em lugares secos, e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta. E os
olhos dos que veem não olharão para trás; e os ouvidos dos que ouvem estarão
atentos. E o coração dos imprudentes entenderá a sabedoria; e a língua dos
gagos estará pronta para falar distintamente. Ao louco nunca mais se chamará
nobre; e do avarento nunca mais se dirá que é generoso. Porque o louco fala
loucamente, e o seu coração pratica a iniquidade, para usar de hipocrisia, e
para proferir erros contra o Senhor, e para deixar vazia a alma do faminto, e
para fazer com que o sedento venha a ter falta de bebida. Também todos os
instrumentos do avarento são maus; ele maquina invenções malignas, para
destruir os mansos com palavras falsas, mesmo quando o pobre chega a falar
retamente. Mas o nobre projeta coisas nobres e, pela nobreza, está em pé” (Isaías 32.1-8).
Pela primeira vez no Brasil, temos uma mulher ocupando o cargo de Presidente da República. A mudança radical na administração do país trouxe esperança para muitas pessoas, principalmente porque paradigmas foram quebrados. Uma mulher no comando do país, homens que se submetem a sua autoridade, não há nada de corriqueiro nisso, até porque não podemos, por exemplo, esconder o fato de que no Brasil, mulheres extremamente competentes ainda ganham salários menores do que os homens, só por serem mulheres.
Finalmente estamos percebendo que o que precisamos mesmo é de PESSOAS honestas, capazes e comprometidas para nos liderar, porque não é o fato de ser homem ou mulher, que faz com que um governante seja bem sucedido. A onda de casos de corrupção chama-nos a atenção para o governo atual, o que de modo algum nos impede de olhar também para os anteriores. Os partidos políticos em geral são comprometidos com fatos e boatos sobre como administram o dinheiro público. Na história política do Brasil, o termo “justiça” já foi usado até como chamariz para atrair eleitores, mas no momento, ele é usado como algo imprescindível para estabelecer a ordem no cenário político. Exercer o mandato com justiça deve ser o objetivo de qualquer autoridade constituída. As necessidades de cada cidadão precisam ser respeitadas e priorizadas. Para isso é que além do Presidente da República, são eleitos, Governadores, Senadores, Deputados, Prefeitos e Vereadores.
Como indivíduos vivendo em sociedade, (querendo ou não) somos todos dependentes
daqueles que nos governam, algumas vezes nos queixamos, outras elogiamos, nem
sempre confiamos nos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, isso porque
muitos agem de maneira leviana, pensando em seus próprios interesses. Estamos
cientes de que o Poder pertence a Deus “Uma coisa disse Deus, duas
vezes a ouvi: que o poder pertence a Deus” (Salmos 62.11) e o Deus a
quem pertence todo Poder, delegou autoridade para que uns governem sobre os
outros. Ele é um Deus ordeiro e estabeleceu hierarquias para que houvesse
ordem, proteção e manutenção entre os homens. “Toda alma esteja sujeita
às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as
autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Romanos 13.1).
Isso me faz lembrar que estamos em ano de eleição, nessa época em que escolhemos os nossos líderes políticos costumamos refletir um pouco mais sobre como “andam as coisas” em nossa cidade, estado, país. Às vezes nos empolgamos com a crença de que podemos mudar o mundo, mas nos frustramos por perceber que não é tão fácil assim. Independente do nosso estado emocional, precisamos sempre nutrir a esperança de que a nossa vida vai melhorar.
O texto do início é uma profecia de Isaías, um homem que foi usado por Deus para alertar o povo de Judá há aproximadamente 2.700 anos atrás. Ele profetizou no período de quatro reis: Uzias, Acaz, Jotão e Ezequias (naquele tempo não havia presidentes, mas sim reis). Embora o texto seja tão antigo, a realidade citada nele, é muito semelhante à nossa situação atual. Não é difícil perceber que Isaías está falando de dois tipos lideranças, uma justa (v. 1) e uma injusta (v.7). Isaías falou do presente, e apontou para o futuro, um futuro que ainda não chegou, mas vai chegar e quando chegar, nós estaremos incluídos nele.
Isaías não profetizou sobre o que pensava ou desejava para o seu povo, mas sobre o que Deus o inspirou a falar. Ele denunciou o pecado e avisou que a justiça de Deus triunfará “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pedro 1.21).
A injustiça era praticada no tempo de Isaías, assim como nos nossos dias, e é triste saber que esse é um problema que persiste há tanto tempo. No entanto não podemos desistir de acreditar que isso um dia vai mudar, nem podemos nos acomodar com a situação. Sejamos sábios na escolha daqueles que irão nos representar, façamos a nossa parte no cumprimento dos nossos deveres e busquemos o cumprimento dos nossos direitos, porque isso é ser um verdadeiro cidadão.
Como cidadãos conscientes, precisamos fazer do mundo no qual vivemos um lugar onde todas as pessoas possam viver com a mesma dignidade. “De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; e é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12.6-10). Não podemos negar a importância dos talentos que recebemos de Deus, eles não nos foram entregues para nos conferir status, mas com uma função bem específica, qual seja abençoar a vida das pessoas que estão à nossa volta, quando exercemos nosso chamado espiritual contribuímos diretamente para melhorar a qualidade de vida (física, emocional, intelectual e espiritual) da nossa família, igreja, comunidade, etc., por isso, enquanto Jesus não vem para cumprir a promessa de Isaías, mãos à obra.
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