Quando refugiados
norte-coreanos são repatriados, é certo que serão punidos pelo governo. O nível
de punição depende se ele ia para a Coreia do Sul ou simplesmente para a China.
Os que supostamente deixam a Coreia do Norte apenas para sobreviver são enviados
para campos de trabalho ou de reeducação. Aqueles que, no entanto, parecem
fugir para a Coreia do Sul são presos em campos de prisioneiros políticos.
Alguns, não muitos, enfrentam a morte. Segundo os refugiados,
a Agência de Segurança Local categoriza os capturados de acordo com o motivo da
fuga deles, e com o tipo de atividades que realizavam na China. Há quatro
categorias.
A primeira é das pessoas das quais se suspeita que tenham mantido
contato direto com um agente sul-coreano (do serviço de inteligência ou
do departamento de defesa). Esses fugitivos são considerados espiões e,
portanto, são executados. Seus familiares são enviados para um campo de
prisioneiros políticos. Os que não são parentes imediatos (genro, nora, etc.)
devem se divorciar a fim de deixar a família e não sofrer a punição.
A segunda categoria é
formada por quem tem “contatos impuros no exterior”, referindo-se aos fugitivos
que tiveram contato com grupos religiosos, organizações de direitos humanos e
outros. Tais fugitivos também são enviados para campos de prisioneiros
políticos, mas seus familiares não são punidos.
A terceira categoria é
a dos que foram presos tentando ir para a Coreia do Sul. De igual modo, estes
são enviados para campos de prisioneiros políticos. Tem havido muitos casos
de desertores com contatos na Coreia do Sul que escaparam de sofrer uma punição
severa. Isso se dá porque eles têm conseguido mentir quanto ao verdadeiro
propósito de sua fuga, ou porque têm subornado agentes de segurança.
Por fim, os da quarta
categoria são os suspeitos de ter atravessado a fronteira por motivos
econômicos, ou outras razões “puras”. Estes são enviadas para campos de
reeducação. Anteriormente, eles ficavam presos por seis meses, mas em 2009 a
sentença passou a ser de um ano para réus primários e de dois anos para os
demais.
A Missão Portas Abertas
tem trabalhado com refugiados norte-coreanos enquanto estes ainda se encontram
na China. O trabalho consiste em ajudá-los na difícil situação econômica em que
se encontram, e também pregar-lhes sobre Cristo. Aproximadamente 50% desses
refugiados são presos em suas viagens e recebem um dos destinos mencionados
acima. Os colaboradores da Portas Abertas podem ser os únicos cristãos que
venham a conhecer e, portanto, uma das raras vezes em que terão contato com o
evangelho. Você pode colaborar para a evangelização dos norte-coreanos
contribuindo para este projeto.
Embora a liberdade
religiosa esteja prevista na Constituição e demais leis do país, na prática o
governo restringiu ao máximo atividades relacionadas à crença De acordo com o
recém-lançado Relatório Internacional sobre Liberdade Religiosa, produzido pelo
Departamento de Estado dos Estados Unidos, muitas pessoas ainda vivem sob
governos que limitam a prática religiosa. Um país de particular preocupação é a
Coreia do Norte.
O documento revela que,
verdadeiramente, a liberdade religiosa não existe em território norte-coreano.
Apesar de constar na Constituição e outras leis do país, atividades religiosas
não são permitidas. Autoridades
norte-coreanas reprimem reuniões de oração não autorizadas e reagem duramente
àqueles que se envolvem em atividades religiosas consideradas “inaceitáveis”. É
necessário que os grupos religiosos sejam reconhecidos pelo governo, que os
supervisiona de maneira rígida. Relatos de missionários e organizações não
governamentais indicam que os cristãos que praticam proselitismo no país e outros
que entram em contato com estrangeiros estão sujeitos a penas severas.
Grupos de direitos
humanos fora da Coreia do Norte declararam em anos anteriores que membros de
igrejas cristãs clandestinas foram presos, espancados, torturados e mortos por
causa de suas crenças religiosas. Estima-se que entre 150 e 200 mil pessoas
estejam em campos de prisioneiros políticos; muitos, por motivos religiosos. A
estrutura e condição das prisões são desumanas, e desertores que estiveram
encarcerados afirmaram ainda que os prisioneiros detidos em razão de suas
crenças religiosas geralmente eram tratados de maneira mais rígida do que os
outros.
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