É possível que uma
pessoa permaneça incrédula depois de frequentar uma igreja local
por toda a vida? O povo de Israel “esteve com Deus no deserto”, tempo
suficiente para presenciar Seus sinais e maravilhas, para ver Suas promessas
cumpridas, as inúmeras provas de Seu grande amor e mesmo assim, toda uma
geração pereceu (exceto Josué e Calebe) por causa da incredulidade. O Antigo
Testamento, assim como o Novo está repleto de relatos sobre a fé, mas também
sobre a falta dela.
MARCOS 8.22-26
(v.22) “E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, e
rogaram-lhe que o tocasse”. Jesus foi até a aldeia, mas não chegou até o cego, o cego foi levado até
Jesus “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e
eu vos aliviarei” (Mateus 11.28). Não era a primeira vez que Jesus ia
àquela cidade. Foi em Betsaida que Ele fez a primeira multiplicação de
pães, “E comeram todos e saciaram-se; e levantaram, do que lhes
sobejou, doze cestos de pedaços” (Lucas 9.10-17).
(v.23) “E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da
aldeia”... Jesus tirou o cego do meio das pessoas, por causa da
incredulidade delas. Se essas pessoas sabiam quem era Jesus e o que Ele podia
fazer, como poderiam continuar em sua incredulidade? Sabemos que a fé não está baseada no que vemos, “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que
se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11.1).
A
falta de fé foi a causa de Jesus condenar essa cidade: “Ai de TI,
Corazim, ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidom se fizessem as
maravilhas que em vós foram feitas, já há muito, assentadas em cinza, se teriam
arrependido” (Lucas 10.13). “E
não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles” (Mateus 13.58).
Se
aquelas pessoas não criam em Jesus, porque levaram o cego a até Ele? Na
verdade elas acreditavam que Ele poderia fazer milagres de novo, que poderia
suprir suas necessidades, mas não criam nEle com Salvador e Senhor. Jesus sabia
disso e tirou o cego da aldeia, Ele não precisava de expectadores!
(v.24) E, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos,
perguntou-lhe se via alguma coisa. “E,
levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que
andam”. Jesus já havia curado um cego de nascença (João 9.6)
e um surdo-gago (Marcos 7.33) usando saliva. O cego de nascença deveria
se lavar no tanque de Siloé, enquanto o surdo foi curado imediatamente.
Com o cego
de Betsaida foi diferente, ele veio até Jesus trazido pelo povo, aquele mesmo
povo incrédulo. Não sabemos o quanto ele estava “contaminado” pela falta de fé
dos demais. Jesus poderia tê-lo curado instantaneamente como em
outras ocasiões, mas não o fez porque o cego precisava “enxergar mais” do que
seus olhos poderiam ver. O cego começou a
enxergar, mas sua visão não era nítida.
(v.25) “Depois disto, tornou a por-lhe as mãos sobre os
olhos, e fez olhar para cima: e ele ficou restaurado, e viu cada homem
claramente”. Jesus tocou-lhe mais uma vez e o cego tomou uma
nova atitude, ele olhou FIRMEMENTE e começou a enxergar ao longe. Era isso que
todas aquelas pessoas precisavam fazer “olhar firmemente”, e teriam visto em
Jesus, mais do que um multiplicador de pães, mais do que um curador de cegos,
mais do que um fazedor de milagres. Teriam visto nEle o Messias desde há muito
prometido, o Salvador. “.. na verdade vos digo que aquele que crê em
mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida” (João 6.47-48).
(v.26) “E mandou-o para sua casa, dizendo: Nem entres na
aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia” Jesus não queria
que aquele homem, antes cego, voltasse para a aldeia para que não fosse
novamente persuadido pela incredulidade de seus vizinhos. Não havia perigo de
ele voltar a ser cego fisicamente, mas espiritualmente poderia deixar de
enxergar.
O escritor aos
Hebreus nos ensina que não podemos “tirar os olhos” de Jesus porque nossa fé
começa e termina nEle: “... olhando para Ele o autor e consumador da
nossa fé” (Hebreus 12.2). “Tende cuidado irmãos, jamais aconteça
haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do
Deus vivo” (Hebreus 3.12).
Publicado em 21/09/12